
Algumas vezes nos pegamos sorrindo ao lembrarmos de momentos que passamos juntos com nossos amigos. Em situações divertidas, experimentando diferentes níveis de apoio, de intimidade, de lealdade e de cumplicidade. Seja na nossa infância, na adolescência ou mesmo na vida adulta. Quando pensamos em nossos amigos, em diferentes períodos de nossas vidas, percebemos o quanto eles nos fizeram ou nos fazem felizes.
Quando estamos chateados, são nossos amigos que nos fazem rir. Quando temos boas notícias, quem brinda conosco são nossos melhores amigos. Eles acabam tendo um papel importante em nossas memórias mais preciosas, enriquecendo nossa vida de forma muito significativa e contribuindo para nossa Felicidade. E mesmo para nossa saúde.
A amizade é uma relação social baseada na partilha, na escuta, no respeito, na aceitação, em ter alguém em quem confiar e com quem aproveitar algumas experiências da vida. Vários entrevistados da pesquisa Caleidoscópio da Felicidade declararam que estar com os amigos é algo que os faz felizes (veja no artigo O que faz você feliz? aqui no blog). Mais do que nunca, em meio a uma pandemia, a amizade e nossas relações sociais tornaram-se mais importantes, mesmo que à distância.
Por que as amizades são tão importantes ?

A amizade é fundamental para a vida social humana. Diferentes pesquisas indicam que a qualidade da amizade está associada de forma significativa, em todas as culturas e faixas etárias, à experiência de emoções positivas, entre elas a Felicidade. Dentre os estudos, destacamos três: um sobre amigos e família, outro sobre bem-estar, Felicidade e relacionamentos, e um terceiro sobre amizade e Felicidade.
Na hierarquia das relações sociais, amizades não estão no topo da lista, vindo depois de cônjuges, pais, filhos. Segundo dados da World Values Survey (Wave 7: 2017-2020), 38,7% dos brasileiros entrevistados consideram os amigos como muito importante em suas vidas. Quando se trata da família, esse número sobe para 85,3%. Leia o artigo Família e Felicidade aqui no blog. Por outro lado, as amizades constituem relacionamentos únicos. Isso porque, ao contrário dos relacionamentos familiares, nós escolhemos construí-los.
Há farta literatura científica sobre Felicidade que examina a associação com a amizade, apontando que pessoas que têm amigos tendem a ser mais felizes. Um estudo que compara um grupo de pessoas mais felizes com um grupo de pessoas menos felizes identificou que o primeiro tinha laços de amizade mais fortes.
Se um amigo está feliz, a probabilidade de sermos mais felizes é maior. E se estamos felizes, é provável que nossos amigos também estejam. Isso porque, segundo outra pesquisa, a felicidade de uma pessoa se espalha pelo seu grupo social.
Além disso, ter os melhores amigos por perto pode reduzir significativamente os efeitos de uma experiência negativa e melhorar nossa autoestima. E isso não é apenas o coração que diz, mas é comprovado por pesquisas.
Pilares da amizade
Dois aspectos podem ser apontados como centrais nas relações de amizade:
- Escolha
- Reciprocidade
Um amigo que temos é uma opção individual que fazemos. Conforme mostra um estudo sobre filosofia da amizade, esta última é um relacionamento opcional, voluntário, que inclui um vínculo emocional mútuo e um cuidado mútuo. A amizade é, ao mesmo tempo, voluntária, já que escolhemos nossos amigos, mas também involuntária, porque não escolhemos quando a amizade surge. Não podemos forçar. Ela surge, se cria e se desenvolve.
Nós escolhemos nossos amigos, sem saber se serão nossos melhores amigos, mas o fazemos por uma decisão pessoal. Ao contrário de outros vínculos voluntários, como casamentos e relacionamentos românticos, a amizade não tem uma estrutura formal. Não podemos passar meses sem conversar ou ver nosso(a) parceiro(a) romântico(a). No entanto, podemos passar um bom tempo sem falar com um amigo, mas quando o reencontramos, a relação segue normal.
O segundo aspecto central da amizade é que se trata de uma relação recíproca. As relações de troca em uma amizade resultam em benefícios para os dois lados, o que poderia explicar os mecanismos que nos motivam a desenvolver e a manter esses relacionamentos. Como a amizade está usualmente associada a afeto ou à emoção positiva, ela promove a autoestima (de ambos) e aumenta o conhecimento de si mesmos, pois amigos agem como espelhos uns dos outros.
Ter amigos e boas experiências com colegas próximos só faz bem e são importantes indicadores de Felicidade. É o que mostram o livro “Psicologia da Felicidade”, o estudo sobre amigos e família já citado no início deste artigo, uma pesquisa sobre amizade e personalidade e outra sobre a importância que temos para nossos amigos e a qualidade das amizades. Pode-se ir mais longe ainda e dizer que pessoas felizes tendem a ter relações sociais mais fortes e duradouras. Esta afirmação está baseada em uma pesquisa sobre os benefícios do afeto positivo.

O que é lindo e especial na amizade é que os amigos são nossos amigos porque querem ser. E embora as amizades possam mudar com a idade, há uma certa consistência no que esperamos delas. Portanto, um bom caminho para aumentar nossos níveis de Felicidade passa por ter amigos e nutrir boas relações interpessoais.
E você, já fez uma pausa hoje para falar com seus/suas amigos/amigas? Que tal conversar com aquele amigo com quem você não fala há muito tempo? Que tal uma pausa… pra amizade.
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