Felicidade tem som?

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Qual o som da Felicidade para você? Seria uma música específica? Ou a voz de alguém que você ama muito? A risada de uma criança, talvez? O miado ou o latido do seu pet? O barulho da chuva? As turbinas de um avião pronto para decolar e te levar para uma nova aventura?

Muitos sons têm a capacidade de influenciar positivamente nossos níveis de bem-estar, como a voz de alguma pessoa, a gargalhada de um bebê, o dedilhar de um piano; ou negativamente, como uma sirene, um grito, o rugido de um animal selvagem. 

Assim como o cheiro (que abordamos no artigo anterior), os sons integram os estímulos sensoriais que ativam certas recordações e podem afetar nossos níveis de Felicidade. Vamos falar, então, sobre esta relação e, em especial, sobre a música.

Memória auditiva

A percepção auditiva já começa durante a nossa gestação. Ou seja, antes mesmo de nascermos, nosso cérebro já começa a trabalhar as funções necessárias para o desenvolvimento e a compreensão da fala, entre elas, o som. As primeiras experiências auditivas influenciam o desenvolvimento do cérebro do bebê. Um enriquecimento estimulante do ambiente auditivo, como experiências com músicas, especialmente canções de ninar, enriquecem esse desenvolvimento. 

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Outra pesquisa aponta que o cérebro de um bebê recém-nascido tem grande habilidade na detecção de sons e na identificação das diferenças entre eles. Especialmente a música, que exerce efeitos benéficos na atividade cerebral funcional e nas funções cognitivas, socioemocionais e motoras de bebês, ainda no útero. 

Esses sons vão formando uma memória, como se fosse um “banco de dados”. É a  memória auditiva (ou ecoica) que atua nos registros sensoriais, assim como a visual. Enquanto a primeira dura, em média, 2 segundos, a segunda tem duração de 50 mseg. Ou seja, a memória ecoica tem o dobro do tempo. Essa informação pode ser encontrada no livro “Psicologia cognitiva: Um manual introdutório”.

Sabe quando você recebe uma informação verbal de alguém, como um número, um nome ou qualquer outro dado, e depois consegue lembrar?  Ou quando consegue “ouvir” a voz de alguém, mesmo que essa pessoa não esteja ao seu lado? É a memória auditiva trabalhando. E alguns sons têm o poder de nos transportar para outras épocas e lugares da nossa vida, de nos “reunir” com alguém que não está presente no momento. Da mesma forma, podem nos trazer a sensação de Felicidade.

Caleidoscópio da Felicidade

Na pesquisa Caleidoscópio da Felicidade, perguntamos aos entrevistados quais eram os sons que eles associavam à Felicidade. Os mais citados foram: música (23,5%), mar (21,6%) e risada (17,6%).

Fonte: Pesquisa Caleidoscópio da Felicidade

A música, o mais citado, é um som que tem a capacidade de influenciar nosso humor e de afetar nossos níveis de bem-estar, para cima ou para baixo. Não importa qual seja, certamente algumas delas traduzem o som da Felicidade para nós, exercendo sua magia por meio de seus ritmos. 

E assim como a música, nós, humanos, somos seres rítmicos. Nossos batimentos cardíacos, nossa respiração e nossas ondas cerebrais têm todos um ritmo e eles podem ser influenciados pelo ritmo de uma música. É o que mostra uma pesquisa sobre como a terapia musical pode melhorar a saúde.

O poder da música

As associações que fazemos quando ouvimos uma música são mediadas pelas percepções das emoções por ela transmitidas. Músicas com o ritmo rápido tendem a estar mais associadas a emoções positivas e aquelas com o ritmo lento, a emoções menos positivas. De uma forma geral, as pessoas gostam mais de músicas com sons alegres, notadamente quando escutam mais de uma vez, gerando familiaridade

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A música também tem efeitos positivos sobre a saúde e sobre o nosso comportamento. Ela pode auxiliar na recuperação de doentes, na redução da tensão em procedimentos cirúrgicos, no acompanhamento de pacientes em clínicas de idosos e no enfrentamento de situações desafiadoras. 

Não seria ótimo se fosse possível prescrever música para ajudar em tratamentos específicos? Segundo pesquisa da Academia Britânica de Terapia de Som, envolvendo mais de 7500 pessoas, 89% dos entrevistados consideram que a música é essencial para sua saúde e para seu bem-estar. As pessoas escutam música para relaxar, para ficar alegres, para reduzir a tristeza ou mesmo para auxiliar na concentração. 

Essa mesma pesquisa identificou que ouvir uma música lenta, de melodia simples e sem letra, por 13 minutos, fez as pessoas relaxarem, com diminuição da tensão muscular e desaparecimento de pensamentos negativos. Além disso, músicas com um ritmo forte, andamento rápido e um conteúdo lírico alegre podem alimentar a alma, gerar mais energia e satisfação com a vida. 

Então, que tal uma pausa de 13 minutos para ouvir algumas músicas que você gosta muito? Uma Pausa Pra Felicidade! 

No nosso próximo artigo vamos seguir falando de associações com Felicidade, abordando sabores e imagens. Continue acompanhando nossos conteúdos aqui no blog e no Instagram.

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