Felicidade mundial em 2021

Foto: Rusty Watson/Unsplash

O dia 20 de março foi declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia  Internacional da Felicidade em 2012. Desde então, nesta data, a ONU publica o World Happiness Report, o Relatório Mundial da Felicidade. 

Seguindo a tradição, a Organização divulgou a edição de 2021 do documento. A cada ano, o relatório se debruça sobre uma temática específica e, como não poderia deixar de ser, o foco desta vez são os efeitos da Covid-19 e como as pessoas ao redor do mundo reagiram.

As emoções negativas tiveram um aumento significativo, enquanto as emoções positivas se mantiveram inalteradas. No entanto, considerando a natureza global da pandemia, a pesquisa destaca que as emoções positivas são quase três vezes mais frequentes que as negativas. E quando o fator analisado é a percepção de qualidade de vida, o relatório demonstra uma resiliência amplamente compartilhada em todo o mundo.

Neste artigo você verá uma breve análise do Relatório Mundial da Felicidade 2021.

Níveis de Felicidade e pandemia

Em 2020, o mundo ficou menos feliz devido aos efeitos da pandemia. O pior desses efeitos foram os 2 milhões de vidas perdidas somente no ano passado, representando um aumento de quase 4% no número anual de mortes em todo o mundo. Algo que afeta duramente o bem-estar social, além de insegurança econômica, ansiedade, perturbação de todos os aspectos da vida, e, para muitas pessoas, estresse e desafios para a saúde mental e física. 

Foto: Anna Shvets/Pexels.com

No entanto, diferente do que se podia imaginar para esse 9º relatório, a redução nos índices de Felicidade em escala global foi muito pequena. De acordo com a edição 2021 do World Happiness Report, publicado em 20 de março, a pandemia do Coronavírus provocou mudanças pequenas na classificação geral entre os países. 

O documento traz dois rankings. Um foca no construto da Felicidade e avaliou 149 países. É a partir dele que temos a classificação geral das nações participantes. Veremos os primeiros colocados e a posição do Brasil na próxima seção do texto.

O outro aborda o bem-estar subjetivo com base em três indicadores: 

  • Qualidade de vida (como cada pessoa entrevistada avalia sua vida no momento)
  • Emoções positivas (quanto as pessoas riram, sorriram e experimentaram sensação de prazer no dia anterior à entrevista)
  • Emoções negativa (o quanto as pessoas sentiram preocupação, tristeza e raiva no dia anterior à entrevista)

A percepção de qualidade de vida teve uma melhora significativa em 26 países, enquanto 20 tiveram uma queda de dois ou três pontos. Ainda, o fator qualidade de vida demonstrou uma resiliência amplamente compartilhada em todo o mundo. A Finlândia, por exemplo, se manteve em primeiro (tanto nesse fator quanto no ranking geral). Já o Brasil, caiu de 29 para 41. Mais adiante veremos as colocações gerais.

Já o impacto da pandemia se fez bem claro nas emoções negativas, com 42 países com aumento significativo na frequência desses sentimentos comparado a apenas 9 nos quais houve uma queda significativa.

As emoções positivas ficam no meio do caminho, com 22 países demonstrando melhora e 25 em queda. A comparação é feita com relação ao relatório anterior. Levando em consideração a forma como a vida de todos mudou tão abruptamente com a pandemia, é notável que a média de sentimentos positivos se mantenha estável.

O ranking geral

Em 2021, a classificação do WHR não se alterou significativamente e os mesmos países permanecem no topo. A Finlândia segue no primeiro posto, como no ranking anterior, seguida pela Dinamarca, Suíça, Islândia, Holanda, Noruega, Suécia, Luxemburgo, Nova Zelândia e Áustria. A Costa Rica é o primeiro país da América Latina a aparecer nas posições iniciais, em 16º, enquanto o Brasil caiu do 32º lugar para o 35º.

20212020
#Pontos#Pontos
Finlândia1 7842 1 7809
Dinamarca276202 7646
Suíça3757137560
Islândia4755447504
Holanda5746467449
Noruega6739257488
Suécia7736377353
Luxemburgo87324107238
Nova Zelândia9727787300
Áustria10726897294
Austrália117183127223
Israel127157147129
Alemanha137155177076
Canadá147103117232
Irlanda157085167094
Costa Rica167069157121
BRASIL356330326376

Dentre as descobertas destacadas pela equipe do WHR, está a de que os mesmos seis fatores que apoiam o bem-estar (renda, saúde, alguém com quem contar, liberdade, generosidade e confiança) continuam a fazê-lo quase exatamente da mesma maneira que nos anos anteriores. 

Foto: Gustavo Fring/Pexels.com

A confiança se mostrou o principal fator de Felicidade em tempos de Covid-19. Dentre os seis fatores citados acima, foi o único que desempenhou um papel igualmente importante para que países implementassem estratégias de sucesso no enfrentamento à pandemia. E foi ainda mais relevante quando da necessidade de reorientar a estrutura da vida pública e privada para o combate ao vírus. Sociedades com mais confiança nas instituições públicas e com maior igualdade de renda se mostraram melhor sucedidas no combate à COVID-19 levando em consideração a taxa de mortes ocasionadas pelo Coronavírus em 2020.

Ainda, embora o contato e convívio presencial tenham sido prejudicados, as pessoas tiveram com quem contar, especialmente para aquelas acima dos 60 anos. Na impossibilidade de viajar pelo mundo, muitas pessoas passaram a redescobrir seus bairros e suas cidades. 

Sobre o WHR

O WHR é uma publicação da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e é abastecido com dados do instituto Gallup World Poll. A pesquisa leva em consideração os três últimos anos. Assim, para a edição de 2021, foram analisados os anos de 2018, 2019 e 2020.

Para a avaliação de qualidade de vida, foram pesquisados 95 países. Já o ranking geral, que combina os três últimos anos, traz um total de 149 países.

O relatório completo da edição 2021 do World Happiness Report pode ser obtido em PDF.  

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