Felicidade na Nova Zelândia

Foto: Colin Watts/Unsplash

Um pequeno país de 268 mil km², formado por duas ilhas principais no Oceano Pacífico e com 5 milhões de habitantes. Terra natal do motociclista Burt Munro, dono do recorde mundial de velocidade em 1967 e que permanece imbatível até hoje. Casa da cultura Māori, do Kiwi (o pássaro, não a fruta) e do All Blacks (seleção de rúgbi). Local onde foi criado o bungee jump e onde estão as paisagens da fictícia Terra Média (Senhor dos Anéis).

Essa é a Nova Zelândia, que está sempre entre os 10 primeiros colocados no Relatório Mundial da Felicidade (World Happiness Report – WHR). Na edição de 2021, ficou em 9º lugar. Mas não é só isso. O país também se destaca no World Giving Index como o terceiro país mais generoso do mundo.

Neste artigo, abordaremos fatores que podem impactar de forma positiva a Felicidade dos neozelandeses.

Fazer o bem faz bem

Foto: Liza Summer/Pexels.com

Pessoas que praticam atos de generosidade, doando tempo, dinheiro ou outros recursos para quem precisa, apresentam níveis mais elevados de Felicidade. A generosidade é um indicador de envolvimento positivo de uma comunidade e uma forma central de conexão entre as pessoas. 

Neste quesito, como em muitos outros, a Nova Zelândia se destaca. Durante 10 anos, de 2009 a 2018, o World Giving Index conduziu pesquisas em 128 países e avaliou respostas de cerca de 1.3 milhões de pessoas. Os dados coletados foram baseados em três tópicos chave: 

  • Doação de dinheiro para caridade
  • Doação de tempo para voluntariado em uma organização
  • Ajuda a um estranho

A Nova Zelândia foi o único país a se manter sempre entre os 10 primeiros tanto nesses três tópicos, quanto no ranking geral durante os 10 anos do estudo. Em 2010, o país dividiu a primeira colocação geral com a Austrália e, em 2015, atingiu o pico de 61%.

Percentual da população
Colocação geral em 10 anos57%
Ajuda a estranhos 10º64%
Dinheiro doado65%
Tempo destinado a voluntariado41%
Fonte: World Giving Index

Você não está sozinho

Esse aspecto generoso dos neozelandeses parece refletir no senso de comunidade do país. O suporte social é um dos itens avaliados pelo WHR e o fato de ter com quem contar em momentos de dificuldade foi um dos principais fatores para a classificação dos neozelandeses no ranking de Felicidade.

Segundo o índice para uma vida melhor, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD Better Life Index), a Nova Zelândia é a 2ª colocada dentre os 40 países avaliados quando o assunto é comunidade e conexões sociais. Há um forte senso de comunidade e altos níveis de participação cívica. No total, 96% da população acredita ter com quem contar (amigos e família) em momentos de necessidade.

Investimentos em Felicidade

Foto: Taylor Brandon/Unsplash

E não para por aí. A Nova Zelândia está cada vez mais voltada para apoiar o bem-estar em um nível governamental. Em 2019, o país deixou o PIB em segundo plano e divulgou um grande orçamento voltado para o bem-estar da sua população. A decisão foi apontada como a primeira em um país ocidental a colocar o bem-estar acima das pressões econômicas.

Isso não quer dizer que a medida é inédita no mundo, já que desde a década de 1970 o Butão discute o FIB (Índice de Felicidade Interna Bruta) no lugar do PIB e o tornou oficial em 2008. Outros países como França e Reino Unido também já lançaram mão de tentativas de colocar o bem-estar em primeiro plano e medidas de monitoramento de satisfação de vida.

O objetivo da Nova Zelândia é fomentar projetos para enfrentar mudanças climáticas com uma economia de baixa emissão de carbono, transformação digital, exclusão social, apoio aos povos indígenas, saúde, habitação e violência doméstica, além de minimizar a importância do PIB. Fundos adicionais devem ser criados para lidar com problemas de saúde mental, suicídio e pobreza infantil, além de ajudar pessoas com problemas de saúde mental leves ou moderados antes que se tornem uma emergência. Com isso, o país pretende medir seu progresso com base na saúde e na satisfação com a vida de seus cidadãos.

De olho no bem-estar

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O governo da Nova Zelândia leva a sério o bem-estar da população e conta com estatísticas que se baseiam nas avaliações das pessoas sobre suas próprias vidas. O último documento, divulgado em dezembro de 2020, mostra que a maioria dos neozelandeses, 86%, demonstra alta satisfação.

Além de altos níveis de Felicidade – em uma escala de 0 a 10, 43% deu nota entre 9 e 10 para o quanto se sentiam felizes – o relatório mostrou baixos níveis de ansiedade. A média geral foi de 2.4 pontos para o nível de ansiedade, sendo que 63% deu nota entre zero e 2 em uma escala de 10.

A satisfação com a vida também é destaque no OECD Better Life Index. Dentre os 40 países pesquisados, a Nova Zelândia fica na 8ª posição A média é de 7.3 pontos, superior à maioria de 6.5.

Paz para ser feliz

Além da generosidade e do bem-estar, a Nova Zelândia também se sai bem no Global Peace Index (GPI), ranking de paz global. O documento de 2019 classifica 163 estados e territórios independentes de acordo com seu nível de paz. 

A Nova Zelândia é a 1ª colocada na região e o 2º país mais pacífico do mundo no quadro geral, ficando atrás apenas da Islândia. Ainda, ao lado do Canadá e da Noruega, apresentou os maiores níveis de aceitação de imigrantes, com 88% ou mais. Aliás, a Nova Zelândia é um país de múltiplas culturas, do povo Māori (seus primeiros habitantes), europeia, asiática e das ilhas do pacífico.

Natureza de filme

Foto: Andres Iga/Unsplash

Crônicas de Nárnia, X-Man Origens: Wolverne, Senhor dos Anéis, O Hobbit, O último Samurai, King Kong, Jojo Rabbit. Estes e tantos outros filmes têm como pano de fundo as pelas paisagens da Nova Zelândia. 

Com geleiras, fiordes, cadeia de montanhas, colinas, floresta subtropical, praias, vulcões, gêiseres e águas termais, os neozelandeses valorizam a vida ao ar livre e dão preferência a atividades que promovam o contato com a natureza. Iatismo, canoagem, windsurfe, remo, trilhas, caminhadas na praia, escaladas e acampamento são algumas delas. 

Segundo o Expat Insider 2020, que mostra os melhores destinos para expatriados, a Nova Zelândia ocupa a 7ª posição entre 60 países e é a 3ª colocada quando o assunto é qualidade do meio ambiente. Ainda, na categoria Políticas e Pessoas, fica em 4º lugar, sendo que 85% dos imigrantes entrevistados reconhece que o governo apoia políticas de proteção ao meio ambiente, e 79% concorda que a população está muito interessada em questões ambientais.

Já no OECD Better Life Index, o país é o 3º dentre os 40 analisados no quesito Meio ambiente. A quantidade de partículas poluentes no ar é de 4,9 microgramas e 89% das pessoas se diz satisfeita com a qualidade da água.

E como sabemos, a natureza é uma forte aliada da Felicidade e da saúde.

Kiwis

Os neozelandeses são chamados de kiwis. Esse é o nome da ave símbolo do país. O povo Māori sempre valorizou o pássaro e, no início nos anos 1900, cartunistas começaram a usar a imagem da ave para representar o país. Eventualmente, o termo foi atribuído a todos os neozelandeses.

Māori

Os povos indígenas da Nova Zelândia são chamados de Māori. São eles os primeiros moradores do país. Sua cultura influencia idioma, culinária, costumes, tradições, comportamentos, o que é ensinado nas escolas e até a forma de governar.

E então, agora que você já conhece alguns dos segredos da Nova Zelândia para a Felicidade, que tal incorporar alguns no seu dia a dia como o contato com natureza e a generosidade?

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2 respostas para “Felicidade na Nova Zelândia”

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