“Quando as pessoas não sabem exatamente o que é a depressão, elas acabam fazendo um julgamento”
Marion Cotillard

Há aspectos do cotidiano que podem afetar negativamente nosso nível de bem-estar.
Vivemos uma pandemia que durou mais de dois anos e ainda nos ronda. Há um temor acerca de uma eventual guerra em escala mundial. As dificuldades econômicas impactam globalmente e nos lares individualmente.
Imersos nesse contexto de incertezas podemos não perceber certos estímulos externos e algumas reações internas que nos tornam menos otimistas, menos alegres e até um pouco deprimidos.
E acabamos por nos acostumar com isso, achando que é normal. Não!
Definitivamente, não é normal sentir-se triste, pessimista ou deprimido.
Depressão e Felicidade não combinam. Não são como ying e yang que se complementam, mas, sim, cargas de sinais contrários, que se anulam e drenam nossas energias.
Como entender os sinais de nossa mente e combater a “carga negativa”? Como ser mais positivo para ser feliz?
Neste artigo discutimos um tema que é inversamente proporcional à Felicidade: a depressão e suas causas, tipos e tratamentos e formas de manter a positividade.
Depressão: identificar e compreender para combater
Muitas vezes pensamos que valorizar constantemente a Felicidade conduz a uma vida mais feliz.

No entanto, a busca incessante para se sentir feliz o tempo todo também pode gerar resultados negativos e, em alguns casos, pode estar associada a sintomas de depressão.
De fato, não podemos ser felizes sempre, mas, sim, a maior parte do tempo.
Se acontece o contrário e nos sentimos tristes, desmotivados e sem interesse em relação a coisas que sempre gostamos, algo está errado.
E isso não pode ser atribuído somente ao cenário ou a variáveis externas.
Tristeza, desânimo e perda de interesse ou prazer nas atividades diárias são sentimentos comuns para todos nós.
Mas se eles persistirem e afetarem substancialmente nossas vidas, podem ser indicativos de uma depressão.
A depressão constitui um transtorno de humor que envolve um sentimento persistente de tristeza e de perda de interesse.
É diferente das flutuações de humor que as pessoas experimentam regularmente, como parte da vida.
Uma tristeza silenciosa e persistente

A depressão está normalmente associada a eventos de grande impacto, tais como o luto, o fim de um relacionamento ou a perda de um emprego.
Outros fatores podem elevar o risco de um quadro depressivo, como:
- Estresse agudo
- Uso de drogas (entre elas o álcool)
- Episódios anteriores de Transtorno Depressivo Maior (TDM)
- Doença crônica
- Dores persistentes
Além disso, características genéticas e reduções nos níveis dos neurotransmissores do cérebro, especialmente a serotonina e noradrenalina (lembra do Quarteto da Felicidade?), estão entre outras causas determinantes da depressão.
Os principais sintomas da depressão são:
- Redução acentuada de humor
- Redução de interesse em atividades antes desfrutadas
- Redução de desejo sexual
- Alterações no apetite, com perda ou ganho de peso não intencional
Adicionalmente, é comum ocorrer perturbações de sono, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade ou culpa, dificuldade para se concentrar ou tomar decisões e até mesmo pensamentos recorrentes de morte ou de suicídio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 5% da população adulta sofre de depressão, constituindo-se na principal causa de incapacidade, podendo afetar adultos, adolescentes e mesmo crianças.
Entre as mulheres, ela é quase duas vezes mais comum e alguns sintomas são pré-indicativos de depressão como:
- Irritabilidade
- Ansiedade
- Fadiga
- Ruminações (pensamentos negativos)
Já os homens com depressão tendem a:
- Beber álcool em excesso
- Demonstrar raiva e se envolver em situações de risco, como resultado do transtorno
- Evitar famílias e situações sociais
- Trabalhar sem interrupção
Em adolescentes, em função também das mudanças físicas, da pressão de colegas e de outros fatores, podem ocorrer sintomas como:
- Afastamento de amigos e familiares
- Dificuldade para se concentrar nos trabalhos escolares
- Sentimento de culpa, impotência ou inutilidade
- Inquietação
- Quase uma incapacidade de ficar parado
Por fim, em crianças, os sintomas de depressão podem estar relacionados a dificuldades nas atividades escolares e sociais e podem ser traduzidos por:
- Choro em demasia
- Baixa energia
- Apego exagerado aos pais
- Comportamento desafiador
- Explosões orais
Depressão: situacional ou clínica?

É normal sentir tristeza algumas vezes, afinal é uma emoção humana natural.
No entanto, a depressão, com um quadro de tristeza mais intenso, é uma condição séria que pode ter um impacto profundo em determinadas etapas da vida.
A partir do reconhecimento de possíveis sintomas, é importante identificar o tipo de depressão, se é situacional ou clínica.
Compreender as diferenças entre ambas é o primeiro passo para buscar soluções.
A depressão situacional é um transtorno de curto prazo, que usualmente decorre de um evento traumático ou de uma mudança na vida de uma pessoa.
Por exemplo, após a morte de um dos pais ou de um cônjuge pode demorar um pouco até que uma pessoa aceite o ocorrido. Até a aceitação, ela pode se sentir incapaz de seguir em frente com sua vida.
Já a depressão clínica, também conhecida como TDM, é uma condição de saúde mental mais importante, que interfere na vida de uma pessoa quando não consegue se recuperar de alguma situação traumática.
Nenhum dos dois tipos, no entanto, é mais “real” do que o outro, já que podem apresentar desafios e ameaças significativos ao bem-estar individual e das pessoas no entorno.
Mas saber qual tipo de depressão é condição essencial para auxiliar na recuperação e no retorno ao equilíbrio.
Tratando a depressão para voltar a ser feliz
É fundamental a compreensão e a conscientização de que a depressão deve ser tratada com paciência, determinação e apoio.
O primeiro passo para tratar um quadro depressivo repetitivo é buscar ajuda de um profissional médico.
O controle dos sintomas envolve:
- O apoio de pessoas próximas, para discutir acerca de soluções práticas e até mesmo para instruir os membros da família sobre como lidar com o que está ocorrendo
- A psicoterapia, especialmente o aconselhamento individual e a terapia cognitivo-comportamental
- Medicamentos recomendados por médico especializado
A atividade física também pode ser um importante apoio em casos de depressão leve, pois os exercícios aeróbicos aumentam os níveis de alguns neurotransmissores associados ao humor.

A adoção de um novo hobby ou de uma atividade de lazer e uma dieta saudável ajuda a melhorar o bem-estar.
É claro que não existe uma dieta específica para tratar a depressão, mas há alimentos com potencial de auxiliar no tratamento como os grãos integrais, oleaginosas (castanhas, nozes, etc.), peixes, ovos, frutas e vegetais frescos.
Por outro lado, alguns alimentos podem agravar sintomas da depressão, como o álcool, os alimentos processados, gorduras refinadas e saturadas.
Enfim, são muitas as “armas” que temos para combater a depressão e ela não é, nem será nunca maior que a nossa Felicidade e a vontade de ser feliz.
Afinal, está na nossa essência a busca da Felicidade e não da tristeza.
Sempre que puder, faça uma Pausa pra Felicidade. Cuide de você, curta a natureza, as pessoas que ama, ouça música, leia, tenha contato com alguma forma de arte, saboreie um café ou um chocolate, pratique esportes, viaje, faça o que te faz bem.
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2 respostas para “A (des)conexão entre a depressão e a busca da Felicidade”
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