A (des)conexão entre a depressão e a busca da Felicidade

“Quando as pessoas não sabem exatamente o que é a depressão, elas acabam fazendo um julgamento”

Marion Cotillard
Foto: Sasha Freemind/Unsplash

Há aspectos do cotidiano que podem afetar negativamente nosso nível de bem-estar. 

Vivemos uma pandemia que durou mais de dois anos e ainda nos ronda. Há um temor acerca de uma eventual guerra em escala mundial. As dificuldades econômicas impactam globalmente e nos lares individualmente. 

Imersos nesse contexto de incertezas podemos não perceber certos estímulos externos e algumas reações internas que nos tornam menos otimistas, menos alegres e até um pouco deprimidos. 

E acabamos por nos acostumar com isso, achando que é normal. Não!

Definitivamente, não é normal sentir-se triste, pessimista ou deprimido.

Depressão e Felicidade não combinam. Não são como ying e yang que se complementam, mas, sim, cargas de sinais contrários, que se anulam e drenam nossas energias. 

Como entender os sinais de nossa mente e combater a “carga negativa”? Como ser mais positivo para ser feliz? 

Neste artigo discutimos um tema que é inversamente proporcional à Felicidade: a depressão e suas causas, tipos e tratamentos e formas de manter a positividade.

Depressão: identificar e compreender para combater

Muitas vezes pensamos que valorizar constantemente a Felicidade conduz a uma vida mais feliz. 

Foto: Jan Tinneberg/Unsplash

No entanto, a busca incessante para se sentir feliz o tempo todo também pode gerar resultados negativos e, em alguns casos, pode estar associada a sintomas de depressão.

De fato, não podemos ser felizes sempre, mas, sim, a maior parte do tempo. 

Se acontece o contrário e nos sentimos tristes, desmotivados e sem interesse em relação a coisas que sempre gostamos, algo está errado. 

E isso não pode ser atribuído somente ao cenário ou a variáveis externas.

Tristeza, desânimo e perda de interesse ou prazer nas atividades diárias são sentimentos comuns para todos nós. 

Mas se eles persistirem e afetarem substancialmente nossas vidas, podem ser indicativos de uma depressão

A depressão constitui um transtorno de humor que envolve um sentimento persistente de tristeza e de perda de interesse. 

É diferente das flutuações de humor que as pessoas experimentam regularmente, como parte da vida. 

Uma tristeza silenciosa e persistente 

Foto: Artem Kovalev/Unsplash

A depressão está normalmente associada a eventos de grande impacto, tais como o luto, o fim de um relacionamento ou a perda de um emprego

Outros fatores podem elevar o risco de um quadro depressivo, como:

  • Estresse agudo
  • Uso de drogas (entre elas o álcool)
  • Episódios anteriores de Transtorno Depressivo Maior (TDM) 
  • Doença crônica 
  • Dores persistentes

Além disso, características genéticas e reduções nos níveis dos neurotransmissores do cérebro, especialmente a serotonina e noradrenalina (lembra do Quarteto da Felicidade?), estão entre outras causas determinantes da depressão.

Os principais sintomas da depressão são:

  • Redução acentuada de humor
  • Redução de interesse em atividades antes desfrutadas
  • Redução de desejo sexual 
  • Alterações no apetite, com perda ou ganho de peso não intencional

Adicionalmente, é comum ocorrer perturbações de sono, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade ou culpa, dificuldade para se concentrar ou tomar decisões e até mesmo pensamentos recorrentes de morte ou de suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 5% da população adulta sofre de depressão, constituindo-se na principal causa de incapacidade, podendo afetar adultos, adolescentes e mesmo crianças. 

Entre as mulheres, ela é quase duas vezes mais comum e alguns sintomas são pré-indicativos de depressão como: 

  • Irritabilidade
  • Ansiedade
  • Fadiga 
  • Ruminações (pensamentos negativos)

Já os homens com depressão tendem a:

  • Beber álcool em excesso
  • Demonstrar raiva e se envolver em situações de risco, como resultado do transtorno
  • Evitar famílias e situações sociais 
  • Trabalhar sem interrupção

Em adolescentes, em função também das mudanças físicas, da pressão de colegas e de outros fatores, podem ocorrer sintomas como:

  • Afastamento de amigos e familiares
  • Dificuldade para se concentrar nos trabalhos escolares
  • Sentimento de culpa, impotência ou inutilidade
  • Inquietação 
  • Quase uma incapacidade de ficar parado 

Por fim, em crianças, os sintomas de depressão podem estar relacionados a dificuldades nas atividades escolares e sociais e podem ser traduzidos por:

  • Choro em demasia
  • Baixa energia
  • Apego exagerado aos pais
  • Comportamento desafiador 
  • Explosões orais

Depressão: situacional ou clínica?

Foto: Yoal Desurmont/Unsplash

É normal sentir tristeza algumas vezes, afinal é uma emoção humana natural. 

No entanto, a depressão, com um quadro de tristeza mais intenso, é uma condição séria que pode ter um impacto profundo em determinadas etapas da vida. 

A partir do reconhecimento de possíveis sintomas, é importante identificar o tipo de depressão, se é situacional ou clínica. 

Compreender as diferenças entre ambas é o primeiro passo para buscar soluções.

A depressão situacional é um transtorno de curto prazo, que usualmente decorre de um evento traumático ou de uma mudança na vida de uma pessoa. 

Por exemplo, após a morte de um dos pais ou de um cônjuge pode demorar um pouco até que uma pessoa aceite o ocorrido. Até a aceitação, ela pode se sentir incapaz de seguir em frente com sua vida.

Já a depressão clínica, também conhecida como TDM, é uma condição de saúde mental mais importante, que interfere na vida de uma pessoa quando não consegue se recuperar de alguma situação traumática. 

Nenhum dos dois tipos, no entanto, é mais “real” do que o outro, já que podem apresentar desafios e ameaças significativos ao bem-estar individual e das pessoas no entorno. 

Mas saber qual tipo de depressão é condição essencial para auxiliar na recuperação e no retorno ao equilíbrio.

Tratando a depressão para voltar a ser feliz

É fundamental a compreensão e a conscientização de que a depressão deve ser tratada com paciência, determinação e apoio.

O primeiro passo para tratar um quadro depressivo repetitivo é buscar ajuda de um profissional médico.

O controle dos sintomas envolve:

  1. O apoio de pessoas próximas, para discutir acerca de soluções práticas e até mesmo para instruir os membros da família sobre como lidar com o que está ocorrendo
  2. A psicoterapia, especialmente o aconselhamento individual e a terapia cognitivo-comportamental
  3. Medicamentos recomendados por médico especializado

A atividade física também pode ser um importante apoio em casos de depressão leve, pois os exercícios aeróbicos aumentam os níveis de alguns neurotransmissores associados ao humor. 

Foto: Dyu – Ha/Unsplash

A adoção de um novo hobby ou de uma atividade de lazer e uma dieta saudável ajuda a melhorar o bem-estar. 

É claro que não existe uma dieta específica para tratar a depressão, mas há alimentos com potencial de auxiliar no tratamento como os grãos integrais, oleaginosas (castanhas, nozes, etc.), peixes, ovos, frutas e vegetais frescos. 

Por outro lado, alguns alimentos podem agravar sintomas da depressão, como o álcool, os alimentos processados, gorduras refinadas e saturadas. 

Enfim, são muitas as “armas” que temos para combater a depressão e ela não é, nem será nunca maior que a nossa Felicidade e a vontade de ser feliz. 

Afinal, está na nossa essência a busca da Felicidade e não da tristeza.

Sempre que puder, faça uma Pausa pra Felicidade. Cuide de você, curta a natureza, as pessoas que ama, ouça música, leia, tenha contato com alguma forma de arte, saboreie um café ou um chocolate, pratique esportes, viaje, faça o que te faz bem.

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