
Ao atingirmos um objetivo, concluirmos uma missão, quando tudo está feito e a luta acabou, ficamos mais felizes, certo? Não, não é tão simples assim.
Quando estamos nos esforçando para alcançar um objetivo, os níveis de dopamina (um dos neurotransmissores do Quarteto da Felicidade) tendem a estar elevados. Uma vez que alcançamos o objetivo nos sentimos bem com isso, mas a onda de excitação vai desaparecendo.
Como vimos nos dois artigos anteriores aqui no Blog (“Metas e procrastinação, o que isso tem a ver com Felicidade?” e “Os efeitos da procrastinação na Felicidade”), a Felicidade e a realização de objetivos estão relacionadas, mas é muito mais sobre a jornada do que sobre chegar ao destino.
É importante entender que atingir um objetivo não nos tornará automaticamente felizes e podemos até mesmo ficar um pouco desapontados quando tudo estiver concluído.
Então, a Felicidade tem a ver não só com a conquista de objetivos, mas também com nosso esforço para alcançá-los e a forma como definimos as metas que nos propomos a atingir.
Já sabemos que a procrastinação tende a reduzir os níveis de Felicidade e de bem-estar subjetivo. Agora, neste artigo final, vamos falar menos sobre procrastinação e mais sobre metas, mas o foco segue sendo sempre o mesmo: Felicidade.
A meta é ser feliz, um dia após o outro
O prazer de definir metas está muito conectado a uma questão biológica relacionada aos nossos hormônios, ou mais especificamente à dopamina. Ela é liberada no cérebro como resultado de um comportamento motivado por recompensa.
Isso significa que se estabelecemos o objetivo de arrumar nosso quarto e depois fazemos isso, a dopamina é liberada. Se fazemos um post no Instagram e recebemos muitas curtidas, nosso cérebro também libera dopamina.

Entretanto, se definir e atingir metas parece ser importante para aumentar os níveis de Felicidade, não podemos pensar que seremos felizes somente ou quando elas forem realizadas. Nem tampouco podemos postergar para ser feliz no futuro, “quando as férias chegarem” ou “quando os astros se alinharem”.
E a razão é simples: nos adaptamos às mudanças na vida, o que é benéfico de muitas maneiras para superarmos tempos difíceis. No entanto, quando alcançamos uma meta, também nos adaptamos rápido demais, o que pode ser uma motivação apenas temporária.
Não podemos esperar um tempo para ser feliz. É essencial valorizar os eventos positivos do dia-a-dia e não viver na busca dos grandes momentos da vida. Isso dificilmente nos levará a um estado de Felicidade significativo.
Pequenas metas e grandes conquistas
Metas oferecem uma direção na vida. Elas nos dão uma sensação de progresso, de crescimento.

Mas o que nos move e o que nos faz felizes vêm das doses diárias de bem-estar subjetivo e não apenas de grandes metas e eventos. É importante vivermos cada dia de nossas vidas de modo consciente e atento.
É essencial fazermos pausas para pensar no que queremos. Pausas para definirmos nossas metas e para aproveitar os pequenos prazeres da vida. Não é à toa que o nome do nosso projeto é Pausa Pra Felicidade.
Então vamos fazer pausas para pensar nas nossas metas, sejam elas diárias ou de vida.
Veja algumas dicas que podem ajudar na hora de definir metas.
Escrever
Isso mesmo! Anotar objetivos e metas que queremos perseguir nos fornece clareza de propósito e faz com que nos sintamos comprometidos em trabalhar neles.
É importante ler e relembrar, várias vezes ao longo do dia, sobre o que estamos tentando realizar.
Sermos específicos
A ambiguidade pode ser uma inimiga da mudança.
Portanto, se desejamos um determinado objetivo, temos que ser específicos: o que estamos tentando realizar? Quanto tempo vai levar? Como saber se atingimos a meta? Quanto mais específica uma meta, mais alcançável ela é.
Sermos otimistas
É importante sempre esperarmos o melhor. Temos que acreditar que as coisas estão indo de acordo com o que planejamos.
Se não acreditamos, é porque talvez tenhamos planejado mal. O otimismo nos torna consistentes e resilientes.
Sermos generosos
Como podemos ser otimistas, esperar sempre pelo melhor se não damos o nosso melhor?
Quando fazemos algo de bom para alguém, nós liberamos ocitocina (outro hormônio do Quarteto da Felicidade), que ativa as partes do cérebro associadas à Felicidade, ao prazer e à conexão social.
Generosidade libera ocitocina e gera otimismo. Um simples elogio para alguém já é um ato de generosidade.
Celebrar
Por fim, temos que destinar um tempo para celebrar o alcance de nossas metas e objetivos.
Uma conquista, uma etapa realizada deve ser celebrada. Assim como o esforço, o sucesso vem aos poucos e merece ser comemorado.
Reconhecer o nosso sucesso e ser grato por ele aumenta nossos níveis de Felicidade.
A prática da gratidão é uma das maneiras mais fáceis de combater o viés da negatividade ou a tendência a se apegar a pensamentos e aspectos negativos do ambiente.
E assim como é importante definir metas (o que queremos), também o é reconhecer e agradecer quando as alcançamos.
Uma espécie de diário de gratidão, anotando tudo aquilo pelo qual somos gratos todos os dias. Saber o que queremos e agradecer por isso nos faz mais felizes.
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